Em 22 de outubro de 1938 em Cachoeiro de Itapemirim, no Espirito Santo, a Selita deu início as suas atividades. Foi fundada por 25 produtores rurais do sul do estado, que resolveram mudar a história da pecuária de leite do Espirito Santo. Um grupo reunido pelo Dr. Djalma Eloy Hees, engenheiro agrônomo que em 1936 começou a buscar informações e subsídios para criar uma cooperativa de laticínios com sede em Cachoeiro de Itapemirim. A cooperativa fazia parte da CCPL (Cooperativa Central de Produtos de Leite) a maior e mais poderosa Central de Leite do Brasil. Nesse período a Selita além do leite que enviava para o Rio de Janeiro (local da CCPL) ela vendia parte do seu leite e manteiga em Vitória, capital do Espirito Santo. A CCPL não aceitava essa divisão e resolveu penalizar a Selita, proibindo de vender seus produtos na capital, enviando um oficio em 18 de janeiro de 1980. A cooperativa não aceitou essa decisão e na semana seguinte, reunidos em Assembleia Geral Ordinária com presença de 150 associados, sob a presidência de Arlindo Moreira Machado, rompeu com a CCPL em 1983 e iniciou sua trajetória no mercado de laticínios.
Decisão histórica que mudou o rumo da cooperativa. Com o tempo ela cresceu, aumentou seu número de associados e hoje com seus mais de 80 anos, congrega cerca de 1.800 cooperados que estão localizados em 51 municípios, sendo sua grande maioria no Espirito Santo e o restante em Minas Gerias e Rio de Janeiro, produzindo leite UHT, leite pasteurizado de sacola, leite em pó, creme de leite, iogurtes diversos sabores e embalagens, queijos diversos, requeijão, doce de leite e manteiga, são cerca de 80 tipos de produtos e são comercializados no Espirito Santo, Sul da Bahia e Estado do Rio de Janeiro. Estamos construindo um novo parque industrial que vai nos permitir ainda mais competitividade no mercado de laticínios, com custos operacionais menores, melhor estruturação na cadeia produtiva e também produzir novos produtos, para atender nossos consumidores com produtos ainda mais saudáveis, saborosos e confiáveis, proporcionando aos nossos associados, nossa razão de ser, condições de continuar a produzir, com a garantia de preços competitivos e com condições de mantê-los no campo, com melhor qualidade de vida.
Alguns eventos importantes marcaram o início da década de 30 no Brasil: Primeiro, a quebra da Bolsa de Nova York (a grande depressão americana em 1929), que determinou a derrocada do mercado de café no mundo, principal produto de exportação do Brasil; Depois, a Revolução de 1930, que destituiu o Presidente Washington Luis, impediu a posse de Júlio Prestes, eleito com 90% dos votos e empossou Getúlio Vargas, para o chamado Governo Provisório, que suspendeu a Constituição, dissolveu o congresso e nomeou interventores para todos os Estados. Dois anos depois, em nova tentativa dos paulistas de tomar o poder, tem lugar a Revolução Constitucionalista de 1932, que também acaba derrotada por Getúlio Vargas.Este era o cenário político do país no início dos anos 1930, quando, em 1933, chega a Cachoeiro de Itapemirim, o Engenheiro Agrônomo Dr. Djalma Eloy Hees, nomeado pelo Sr. Getúlio Vargas, Chefe do Governo Provisório e pelo Ministro da Agricultura, Juarez Nascimento Fernandes Távora, para o cargo de Zootecnista da Inspetoria Regional de Fomento.
Antes, durante 9 anos, o Dr. Djalma havia trabalhado na Diretoria de Terras e Colonização da Secretaria da Agricultura, em Vitória, o que lhe proporcionou amplo conhecimento da região Sul do Estado, no que diz respeito às suas características climáticas, geológicas e topográficas, e dos produtores rurais e suas necessidades, ressaltando que considerava questão essencial, a moradia dos produtores nas propriedades e que, por isso, era necessário proporcionar a eles, novas opções de trabalho e renda.Nesse momento, como que antevendo o futuro, o Dr. Djalma pensou: “A Pecuária de Leite seria a meta a seguir, fundando-se uma cooperativa de laticínios para evitar a ação de intermediários”. Além disso, era necessário conscientizar os produtores das técnicas que já eram utilizadas em outras regiões. A partir de então, diversas caravanas foram organizadas para visitar fazendas em outros Estados, especialmente Rio de Janeiro e Minas Gerais, com preferência para aquelas que desenvolviam trabalho de melhoramento genético do rebanho, as quais emprestavam, gratuitamente, por até um ano, seus reprodutores de raças leiteiras para os criadores locais.Paralelamente, foram desenvolvidas campanhas para construção de banheiros carrapaticidas, introduzindo métodos inovadores e manejo do rebanho e de controle de doenças de parasitas. É atribuída ao Dr. Djalma, a introdução de espécies melhoradas de forrageiras, cultivadas como reserva de forragem para o período da seca como o Capim Guatemala, por exemplo. Para motiva a adoção das tecnologias, O Ministério da Agricultura oferecia prêmios aos criadores que seguissem as recomendações técnicas, suficientes para cobrir as despesas. Em algumas localidades como Jaciguá (que à época se chamava Virgínia) e Campo de São Felipe, onde os banheiros eram usados de forma coletiva e administrados por associações locais, com regulamentos próprios, registrados em cartório.Com este trabalho, um grupo de produtores se destacou pela boa vontade e consciência para com os problemas da Comunidade, apoiando as iniciativas que poderiam representar o progresso da região.
Tão avançados e ousados eram os planos daqueles homens, que entre eles foi ganhando corpo a ideia de organização de uma cooperativa de laticínios e iniciado o debate para criação do Sindicato dos Lavradores e Criadores de Cachoeiro de Itapemirim o que, de fato, ocorrendo em uma reunião realizada no dia 16 de setembro de 1934, na Prefeitura Municipal, quando foram aprovados os Estatutos Sociais e empossado o seu primeiro Presidente, Sr. José Moreira André.
Entre as importantes ações do Sindicato, destaca-se a campanha para criação do Banco de Crédito Agrícola do Estado do Espírito Santo, o qual, segundo se sabe, é hoje, o Banestes e outras ações de fomento à produção, como a realização Das primeiras exposições agropecuárias regionais e concursos leiteiros.
Já em 1936, concentrando seus estudos e ações no propósito de criação da Cooperativa de Laticínios, o Dr. Djalma analisou a quantidade de queijos e manteiga consumidos no Espírito Santo, que eram ‘importados’ de outros Estados, considerando que ainda não existia, em solo capixaba, outra empresa do gênero e considerando também, a quantidade de leite que já era produzida na região, procurou o Secretário de Estado da Agricultura, Sr. Carlos Monteiro Lindenberg e o Interventor Federal, Capitão João Punaro Bley, a quem apresentou a ideia da Cooperativa e justificou com os argumentos que reunira em seus estudos. A ideia foi aceita imediatamente pelos dirigentes estaduais que ofereceram todo o apoio necessário.
Mas, nem tudo eram flores! Havia aqueles que eram contrários à ideia, alegando que a região possuía um clima muito quente e que uma indústria de laticínios aqui não iria prosperar. Sem se abalar, Dr. Djalma se dedicou a ir mais fundo no seu diagnóstico e, com recursos do Governo do Estado, viajou a cidades de Minas Gerais e Rio de Janeiro, também em regiões com predomínio de temperaturas elevadas, onde se sabia, havia fábricas de queijos e manteiga.
O relatório desta viagem foi apresentado em uma reunião, realizada no dia 10 de outubro de 1936, à qual compareceram 60 pecuaristas, o próprio Secretário da Agricultura, Dr. Carlos Lindenberg e seu assessor, Dr. Aerovaldo Teles de Menezes. Ao final da apresentação, o Secretário garantiu a aprovação ao projeto, insistindo que a indústria de laticínios deveria mesmo ser explorada sob a forma de Cooperativa, constituída dentro das normas legais.
Devidamente informada e contagiada pelo entusiasmo dos produtores cachoeirenses, a Assembleia Legislativa do Estado publicou um decreto (Projecto nº 97), autorizando a Secretaria de Agricultura a realizar investimentos de 250.000$000 (Duzentos e cinquenta contos de réis) na “compra, edificação e montagem de uma usina de hygienização da industrialização do leite.” Este decreto previa, inclusive, a obrigatoriedade de capitalização da Cooperativa pelos produtores (25 réis por litro de leite), cujo valor deveria ser utilizado pela Cooperativa na aquisição de touros melhoradores, “de raças leiteiras puras, já aclimatados e de progênie conhecida”, que ficariam à disposição dos cooperados, desde que construíssem banheiros carrapaticidas. Quando ficasse comprovada a aplicação, nesta finalidade, do valor correspondente ao custo dos investimentos realizados pela SEAG, os bens seriam transferidos para propriedade da Cooperativa.Os próximos atos do Dr. Carlos Lindenberg foram: mandar elaborar o projeto, abrir o processo de concorrência pública, construir o prédio e adquirir os equipamentos.
Concluída a obra e a instalação dos equipamentos (próximo à igreja N. Sra. da Consolação), chegou, finalmente, o dia de fundação da Cooperativa, que aconteceu em Assembleia Geral, no dia 22 de outubro de 1938, no salão nobre da Prefeitura Municipal de Cachoeiro de Itapemirim, a qual foi presidida pelo Secretário da Agricultura, Dr. Carlos Fernandes Monteiro Lindenberg e contou com 25 sócios fundadores:
OLYMPIO LOPES MACHADO
FRANCISCO ALVES DE ATHAYDE
ANACLETO RAMOS
AGLIBERTO RODRIGUES MOREIRA
JARBAS FERREIRA MACHADO
DELDUQUE FERREIRA DA SILVA
ANTONIO GOMES
JARBAS FERREIRA COELHO ALDO PINHEIRO
JUSTINO FERREIRA
JOAQUIM RODRIGUES SOARES
EDUARDO GOMES DE ALMEIDA
ABELARDO FERREIRA MACHADO
CARLOS CAIADO BARBOSA
ALÍPIO EMILIO DA COSTA
ALÍPIO FRANCISCO MOREIRA
ARISTEU PORTUGAL NEVES
ANTENOR BENEDITO DOS SANTOS
LAURO PINHEIRO
ORMINDO DE FREITAS MELLO
MANOEL MARCONDES DE SOUZA
OSWALDO ALVES
MARCONDES ALVES DE SOUZA JÚNIOR
CAIO MARTINS
AGENOR LUIZ THOMÉ
A Assembleia aprovou a constituição da Cooperativa de Laticínios de Cachoeiro de Itapemirim, o seu Estatuto Social e procedeu a eleição da primeira diretoria e o Conselho Fiscal, que eram assim compostos:
Presidente: Olympio Lopes Machado
Secretário: Francisco Alves de Athayde
Diretor Comercial: Anacleto Ramos
Conselheiros Fiscais:
Ormindo de Freitas Mello
Agliberto Rodrigues Moreira
Manoel Marcondes de Souza
Abelardo Machado
Carlos Caiado Barbosa
Suplentes:
Caio Martins
Alípio Costa
Antenor Benedito dos Santos
Oswaldo Alves
Alípio Francisco Moreira
A Cooperativa iniciou suas atividades com 2.000 litros de leite por dia, com 20 associados, industrializando e comercializando o leite na cidade em dois pontos de venda e duas “carrocinhas”.Com a inauguração da Carteira de Crédito Agrícola do Banco do Brasil, a produção começou a crescer rapidamente e os dirigentes já se preocupavam com a necessidade de um profissional formado em laticínios, antes ainda da existência do Instituto Cândido Tostes, de Juiz de Fora/MG, atualmente referência na formação de técnicos laticinistas.
Juntamente com essa preocupação havia necessidade de registro da marca dos produtos que a Cooperativa iria utilizar no mercado. Provavelmente no ano de 1957, um funcionário levou para a Capital Federal (na ocasião o Rio de Janeiro) alguns nomes para registro. De lá, comunicou (por telegrama) que todos os nomes que levara já eram de domínio de outras empresas, devendo-se escolher outro. Os dirigentes, então, imaginaram a marca “SELETA” (de selecionados) e comunicaram (também por telegrama) por telegrama. O telegrama chegou truncado ao destino, com a grafia “SELITA”. Os técnicos do Ministério, então, procederam o registro e devolveram o processo à Cooperativa.Embora a palavra não fizesse sentido naquele momento, optou-se por mantê-la, considerando a dificuldade de iniciar um novo processo de registro. No entanto, em pouco tempo, a marca foi ganhando espaço e ficando conhecida dos consumidores, que a adotaram como preferencial, o que perdura até os dias de hoje.Durante os anos 50, a produção crescente e a impossibilidade de comercialização no mercado local, forçou a Cooperativa a enviar leite para o Rio de Janeiro em vagões do trem de ferro da Leopoldina Railway, o que, por não receber qualquer cuidado daquela companhia, revelou-se uma experiência muito negativa. Deu-se então, na gestão do Presidente Abelardo Ferreira Machado a aquisição dos primeiros carros com tanque isotérmico para transporte do leite e iniciou-se o trabalho de seleção do leite recebido, conforme a sua qualidade e o transporte a granel para o Rio de Janeiro.
Em 18 de janeiro de 1980, aconteceu um fato interessante, que marcou a história da Selita para sempre e que foi determinante para o seu futuro. A Cooperativa recebeu um oficio da CCPL proibindo-a de vender “leite empacotado” nas praças fora de Cachoeiro. Na ocasião, a CCPL tinha como base de atendimento no Estado, Grande Vitória, a Unidade Industrial de Viana.Na semana seguinte (24/10), reunidos em Assembleia Geral Ordinária, os cooperados receberam a notícia e reagiram com indignação a tamanha insensatez dos dirigentes daquela Cooperativa Central, considerando que por ocasião da sua criação, a Selita abastecia de leite a praça de Vitória e gozava da preferência do consumidor. Seria um contrassenso atender àquela determinação da Central. Depois de uma detalhada explanação do assunto feita pelo Presidente Arlindo Moreira Machado, os cooperados presentes decidiram, por unanimidade, rejeitar a ordem da Central. O caso ganhou espaço na mídia e teve muitos desdobramentos, culminando com a “Expulsão” da Selita do quadro de associadas à CCPL.Depois da independência (ou alforria), a Selita ampliou sua capacidade de beneficiamento, para absorver a produção que até então, era enviada ao Rio de Janeiro e industrializada pela CCPL. A consequência, foi o aumento da sua participação no mercado da Grande Vitória e a conquista de espaços no próprio Estado Fluminense. Enquanto isso, alguns anos mais tarde, não só a CCPL sucumbiu (a Unidade de Viana foi desativada em Janeiro de 1999), como diversas das cooperativas que permaneceram filiadas a ela foram liquidadas. As que permaneceram ativas, herdaram problemas de toda ordem e de difícil solução.
Desde os anos 80 pra cá, a Selita tem se mantido entre as melhores empresas de laticínios do país, sem nunca perder o foco na qualidade dos seus produtos e na satisfação dos interesses dos associados, que são, em última análise, a razão de ser da Cooperativa. São marcas diferenciadoras da Cooperativa, o respeito Princípios da Doutrina Cooperativista e a defesa intransigente da democracia.
A década de 90 foi, também, um período de grandes desafios para a Cooperativa. O país experimentava a incorporação de avanços tecnológicos na comunicação, na informática e na indústria; a economia ganhou fôlego com o Plano Real, a maior oferta de empregos promoveu aumento no o consumo. Com maior poder de compra, o consumidor conquistou direitos garantidos em lei e ficou mais exigente. O preço do leite, que até então era tabelado pelo Governo (SUNAB), deixou de ser. Com os preços livres do tabelamento oficial, o mercado interno ganhou uma nova dinâmica, e a Selita passou a conviver (e concorrer) com grandes empresas, inclusive multinacionais, como a Leite Glória – Fleischman Royal e a Parmalat, que possuíam capital e know-how de que a Cooperativa não dispunha. Estava consolidado o processo de globalização dos mercados – “o mundo sem fronteiras”, os blocos regionais como o Mercosul e a União Europeia se fortalecendo e mudando as regras da economia mundial.
Em muito pouco tempo, outra novidade aumenta ainda mais a distância entre a Cooperativa e seus concorrentes: o Leite Longa Vida. A Selita era especialista em Leite Empacotado (Tipo C) e, de repente, se vê diante de um poderoso concorrente, cuja produção demandava elevados investimentos e exigia uma nova visão e modelo de gestão, considerando que estava em curso uma crise, tanto externa com interna, do ponto de vista administrativo e que a situação financeira estava se deteriorando a cada dia e poderia comprometer o futuro da Cooperativa.
Neste cenário, a Cooperativa necessitava, como condição de sobrevivência, garantir, não só a participação, mas o comprometimento dos cooperados nas decisões. Dá-se início, então, à organização dos Comitês Educativos. Mais uma vez pioneira no Estado, a Selita inicia um trabalho de Organização do Quadro Social, formando grupos de líderes, nos Município de maior concentração de cooperados, cuja missão principal seria a de manter o quadro social bem informado e unido em torno dos grandes desafios que se apresentavam. Cada comunidade, depois de aprender sobre a Doutrina Cooperativista e da importância da participação, elegia os líderes, que formariam o Comitê Educativo. O primeiro Comitê constituído foi o de Alegre, em outubro de 1993, seguido de outros oito (Muqui, Muniz Freire, Atílio Vivácqua, Presidente Kennedy, Rio Novo do Sul, Itapemirim, Jerônimo Monteiro e na Sede. Em seguida, como forma de integrar os diversos grupos, foi organizado o Comitê Educativo Central. Todos eles continuam se reunindo, mensalmente, há mais de vinte anos e, de maneira formal e organizada tem contribuído para a formação de novas lideranças e para o êxito das realizações da cooperativa. Os Comitês Educativos possuem assento no Conselho de Administração, com direito a voz e voto, cabendo ao Comitê Central indicar, anualmente, um cooperado para o cargo.
Com este trabalho, em que pese as dificuldades vividas no período, algumas características ficaram ainda mais evidentes: A fidelidade dos cooperados, que mesmo diante da tentação oferecida por empresas poderosas, não abandonaram a Cooperativa e a coragem e ousadia de quem não se abate diante do problema. Em março de 1995, na gestão do Presidente Odilon Soares Favoreto, foi inaugurada a Unidade de envase de Leite UHT – Longa Vida – em embalagens Tetra Pak, na cidade de Rio Novo do Sul.
No final da década de 90 e nos primeiros anos do novo século, com a ajuda dos recursos do RECOOP (Programa de Recuperação Econômica das Cooperativas Agropecuárias), sob a liderança dos Presidente José Geraldo de Carvalho (1998/1999) e José Onofre Lopes (1999 a 2004), a Selita iniciou um impressionante processo de recuperação financeira e de desenvolvimento que contagiou e mobilizou a todos: cooperados, empregados, agentes financeiros e à sociedade em geral. Neste período, a Cooperativa começou a implantar o Sistema de Coleta de Leite Refrigerado a Granel, cujo trabalho foi concluído em 2006, já sob o comando do Presidente Rubens Moreira. A Selita foi uma das primeiras indústrias do país a ter 100% do leite coletado a Granel e a aderir ao Programa Nacional de Qualidade do Leite, criado pela Instrução Normativa 51 do Ministério da Agricultura. Todo este esforço, tem contribuído para que os produtos com a Marca Selita assegurem a preferência do consumidor e as melhores colocações nos Concursos Nacionais de Qualidade.
Outros fatos marcaram o período sob a administração do Sr. Rubens Moreira, como a transferência da Unidade de Leite UHT de Rio Novo do Sul para Cachoeiro de Itapemirim, com a capacidade ampliada de 80.000 litros por dia, par mais de 300.000 litros de leite por dia, além da possiblidade de diversificação de produtos e embalagens, com novos equipamentos e um moderno armazém, com capacidade para 5 milhões de litros acondicionados em pallets e toda a estrutura de docas para embarque nos veículos de transporte. Merecidamente, esta Unidade recebeu o nome de Usina de Leite Longa Vida Rubens Moreira. Foi ainda nesta gestão, que se iniciou o projeto para construção da Torre de Secagem de Leite e Soro, um sonho acalentado há anos pelos cooperados, cuja responsabilidade pela execução ficou a cargo do Presidente Walber Heckert, que assumiu o cargo em 1º de abril de 2008, e se esmerou em dar sequência às iniciativas da gestão anterior, tendo inaugurado a Torre de Secagem em 2009, além de ter liderado uma das mais importantes iniciativas da Selita nos últimos anos, do ponto de vista administrativo: a elaboração do Planejamento Estratégico da Cooperativa para o período 2008-2018, cuja declaração de missão define bem os rumos que a Cooperativa se propunha a seguir dali em diante, reconhecendo e reforçando o seu compromisso com os cooperados, com os consumidores e com a sociedade: Missão: “Oferecer alimentos saudáveis, saborosos e confiáveis, valorizando a qualidade de vida no campo e na cidade.”
Em 2011, novamente sob a Presidência do Sr. José Onofre Lopes, entre outras realizações, a Selita foi classificada pela Revista Exame – Melhores e Maiores, como a 5ª Melhor Empresa do Brasil no ramo de Laticínios, sendo a única Cooperativa entre as cinco, colocando-a, então, como a Melhor Cooperativa do Brasil naquele ano. A Marca Selita tem se classificado em Primeiro Lugar em todas as edições das Pesquisas de Recall realizadas no Estado do Espírito Santo.
Este documento reúne com a maior fidelidade possível, alguns registros feitos pelo próprio Dr. Djalma Eloy Hees e não pretende ser definitivo. Nele estão registrados apenas alguns fatos que marcaram a história da Selita nos últimos 77 anos. Naturalmente, não é possível descrever todos eles, como não é possível descrever o que a Selita representa para cada associado e suas famílias, para os consumidores e para a sociedade capixaba. Na verdade, a Selita é parte da vida de todos nós capixabas, que de uma forma ou de outra, a temos como nossa, a amamos e nos orgulhamos dela. Como diz o Deputado Estadual Dr. Hércules Silveira: “O leite Selita é o segundo leite mais importante das nossas vidas!”
Para não ser injusto com aqueles homens e mulheres que dedicaram tempo importante das suas vidas à administração da Selita, alguns por diversos vezes, devemos dedicar espaço especial a cada conselheiro, registrando os períodos de seus respectivos mandatos.
Em 2014, Rubens Moreira assume novamente a Presidência, agora com a missão de estabelecer as bases para um novo ciclo de desenvolvimento da Cooperativa. Sua consolidação como indústria alimentos de alto padrão de qualidade, como empresa inovadora, economicamente sólida, social e ambientalmente responsável. As palavras do Dr. Djalma continuam atuais e ecoando entre nós:
“Assim, devemos estar atentos para que os problemas, múltiplos e variados, não ultrapassem nossa capacidade administrativa. Sejamos, pois, prudentes e previdentes para que possamos entregar ao futuro, cada vez mais sólido e próspero, o acervo que recebemos”. Djalma Eloy Hees (1898 – 1994).